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Terreno comum

Brian Souers, da Treeline, fala sobre negócios, mudança de requisitos de equipamentos e sua busca pela uniformização de peças.

— Paul Iarocci

Com sede em Lincoln, Maine, e de propriedade de Brian Souers, a Treeline, Inc. tem um slogan adequado em seu site: “What don’t we do!?” (O que não conseguimos fazer?). Apesar de Brian ter começado as atividades no início dos anos oitenta com uma motosserra e a empresa estar profundamente enraizada na exploração florestal do Maine, a Treeline foi muito além disso nos últimos 30 anos. A empresa está envolvida na colheita, no gerenciamento florestal, na compra de madeira, no mercado imobiliário, na manutenção de caminhões e no fornecimento de peças, bem como em serviços de transporte e reboque. A Treeline também gerencia dois depósitos de madeira para a Verso e opera um depósito próprio.

Um skidder 615C Tigercat com madeira na garra.

A flutuação adicional fornecida pelos skidders 615C permitiu que as operações continuassem durante o verão úmido do Maine.

No entanto, isso nem sempre foi assim. Com um curso técnico em silvicultura, Brian começou como guarda-florestal no final dos anos setenta, mudando-se do estado de Nova York para o Maine para trabalhar como marcador de árvores na International Paper. Brian conta que isso era o melhor a fazer, considerando o estado da indústria naquela época. “Terminei o curso como um dos melhores de minha turma e enviei centenas de currículos. Não havia muita oferta no mercado para minhas habilidades.”

Brian também começou derrubando árvores nos fins de semana, ajudando empreiteiros na área, e isso acabou por levá-lo a deixar a International Paper para se dedicar à exploração florestal por contrato em tempo integral. Brian começou com um antigo skidder da International, comprou um cavalo e evoluiu para um skidder Holder miniatura de fabricação alemã (espécie de skidder-trator híbrido). Ele fala com carinho desse período na evolução da sua carreira. “Gostava de cortar sozinho e nunca quis ter um negócio. Adorava minha vida. Tinha pouco estresse e poucas despesas e gostava de verdade do que estava fazendo.” Nessa época, Brian estava trabalhando principalmente em terrenos da IP. “Fiz uma especialização em desbaste, mas eles estavam pedindo 200 hectares acres por ano, não 50.”

Então, o gerente regional na IP o encorajou a expandir, comprar mais skidders e contratar mais pessoas. Brian concordou com a ideia, contratou vários homens e comprou mais dois Holders, mas após um ano o programa de desbaste da IP começou a diminuir. Enquanto isso, além do desbaste por contrato, Brian já estava adquirindo pequenos trechos de toras. Os Holders não foram concebidos para exploração florestal de produção e começaram a falhar, por isso Brian decidiu adquirir seu primeiro skidder a cabo. “Pelo menos as taxas de juro tinham caído de 20 para 10%”, relembra. Porém, ele agora estava pagando as três máquinas e trabalhando novamente sozinho em trechos de madeira de lei. Para aumentar a produção, ele começou arrendando e, mais tarde, adquiriu um feller buncher de esteira.

A Treeline opera carregadeiras 234 da Tigercat em operações de exploração madeireira nos depósitos de madeira. Todas estão equipadas com tacão ativo.

A Treeline opera carregadeiras 234 da Tigercat em operações de exploração madeireira nos depósitos de madeira. Todas estão equipadas com tacão ativo.

No decorrer dos anos oitenta, mesmo com a mecanização crescente da empresa com feller bunchers e skidders de garra, Brian continuou utilizando derrubadores manuais de árvores. Em um determinado momento, ele empregou mais de doze homens para o corte manual, o transporte e a preparação de árvores para um módulo desgalhador na beira da estrada montado em um caminhão. “Todas as árvores eram medidas a partir da extremidade. Quando minha esposa não estava disponível, eu caminhava na área com um gravador para registrar a produção de todos”, recorda Brian.

A produção continuou crescendo e, em 1992, a Treeline estava pronta para reinvestir. “Mas não sabíamos que tecnologia escolher”, explica Brian. A questão que ele se perguntava não era sobre o que ele precisava em 1992, mas o que as fábricas gostariam que ele tivesse em quatro anos. Como a IP queria que todo o desgalhamento fosse feito no talhão, Brian escolheu um módulo desgalhador Hahn. O módulo desgalhador veio depois do feller buncher. Depois, skidders de lança de giro agrupavam e arrastavam as árvores. “Depois de um ano utilizando o Hahn, começamos removendo os galhos na floresta, na trilha, com os módulos desgalhadores de lança de deslizamento e juntando toras de árvores inteiras para skidders de garra regulares. Precisávamos de carregadeiras com lança extralonga no terreno para manejar os vários tipos existentes, que podiam chegar a doze. Na época, não existia mercado de biomassa e, por isso, não havia razão para trazer os galhos para a beira da estrada. Além disso, os latifundiários gostavam dos terrenos menores.”

Um feller buncher de esteira 822C da Tigercat com um feixe de árvores nos braços de acumulação.

Brian escolheu os feller bunchers 822C por causa da flexibilidade no desbaste e corte raso. As máquinas fazem muitos cortes de toras pequenas de ciclo alto para melhoria a longo prazo da área florestal. Um mercado de biomassa saudável fornece uma saída para a madeira marginal.

Em comparação com os dias de hoje, Brian estima que metade das árvores que a empresa colhe se destina agora à biomassa e, em geral, os talhões são de menor qualidade. “A maioria dos nossos cortes está agora removendo as árvores inferiores e deixando o melhor crescer.”

A Treeline hoje

Atualmente, a Treeline opera em um escritório modesto e organizado, em uma grande propriedade com duas instalações de oficina. Uma delas é utilizada para a manutenção dos equipamentos da própria empresa e a outra, para serviços de manutenção de caminhões. Ligada a essa instalação de serviço, há uma loja de peças de varejo. Além disso, a propriedade também tem um depósito de madeira para comercializar e fazer o inventário da madeira e das toras adquiridas. Esse depósito e os dois depósitos gerenciados da Verso têm, cada um deles, uma carregadeira 234 da Tigercat equipada com um tacão ativo e montada em uma máquina-base de autopropulsão.

Brian se refere à Treeline como uma empresa de “300 carregamentos por semana”, mas esse valor foi mais baixo esse ano devido a uma primavera e um verão bastante úmidos. Brian menciona que os skidders 615C da Tigercat ajudaram a reduzir a perda de produção. A Treeline emprega 67 motoristas de caminhão, além de dez operadores proprietários de caminhões. Brian explica que tem 25 homens na floresta, mas eles não se dividem em equipes tradicionais. “Não olhamos para eles em termos de equipes. Temos cinco bunchers, oito skidders e sete módulos desgalhadores. Tentamos manter as equipes de arraste ocupadas. Eles vão de tarefa em tarefa”, diz Brian. Ele explica que também tenta levar em consideração o local de residência dos operadores para fazer o planejamento e, assim, minimizar o tempo de deslocamento.

A filha de Brian, Whitney, é indispensável e tem uma grande responsabilidade no gerenciamento. Ela comercializa máquinas usadas, inspeciona a venda de terras e ajuda nas operações, realizando estudos de produtividade e tentando alcançar maior eficiência e reduzir custos. Uma iniciativa que ela liderou foi o estudo do tempo ocioso das máquinas para tentar economizar combustível a longo prazo. Quando os operadores viram os números, eles logo compreenderam tudo, e agora todos trabalham com base na política “sem tempo ocioso”. “É isto o que precisamos fazer para nos mantermos competitivos”, afirma Brian.

Brian tem conseguido manter uma rotatividade baixa. Muitos dos seus funcionários estão na empresa há 25 anos ou mais. “Temos uma equipe incrivelmente dedicada. Eles são o tipo de pessoa que queremos do nosso lado, se tivermos em dificuldades.” Ele atribui grande parte do sucesso global da Treeline aos seus esforços e, para celebrar 30 anos no mercado, levou toda a equipe e suas famílias em um cruzeiro pelas Bahamas.

A Treeline tem muitos pontos de venda de madeira, mas os maiores mercados atualmente são o da celulose de madeira de lei e dos cavacos de biomassa, vendidos a fábricas e usinas de energia. Para isso, a Treeline opera quatro equipamentos de picagem que trabalham na beira da estrada. Os contratos de serviço representam cerca de metade das atividades de colheita, e a outra metade ocorre com a compra de terrenos ou madeira. A Treeline está sempre olhando para o futuro — quando a qualidade da madeira em terra adquirida é marginal, as equipes realizam um desbaste seletivo para maximizar o valor a longo prazo.

O mercado imobiliário constitui uma grande parte do negócio. A Treeline tem adquirido terrenos progressivamente e possui atualmente cerca de 6.000 hectares. “Nosso principal objetivo é chegar a 20.000 hectares. Nesse nível, poderemos começar a ser autossuficientes”, afirma Brian. Com um guarda-florestal na equipe para adquirir trechos de madeira e um agrimensor nas vendas de terrenos, a Treeline divide e comercializa lotes de alta qualidade em frente à orla marítima ou à estrada a fim de financiar aquisições adicionais de terras, criando um ciclo de aquisição agressivo.

Apostando tudo

Durante os anos 90, Brian compreendeu e aprimorou seus sistemas de colheita. Pelo caminho, ele desenvolveu relações com quase todos os distribuidores e fabricantes. “Mas nunca nos sentimos confiantes para apostar tudo em um só”, afirma, apesar das vantagens óbvias de trabalhar com apenas um distribuidor e uma marca de equipamentos. “Agora, estamos nos sentindo assim pela primeira vez e por vários motivos.”

(Da esquerda para a direita) Scott Earle (gerente distrital da Tigercat), Brian Souers (proprietário da Treeline), Steve Ouellette (presidente da Frank Martin Sons), Keith Michaud (especialista em vendas da Frank Martin Sons), Jim Michaud (operador de carregadeira e equipamento de picagem), Kevin Osnoe (operador de feller buncher).

(Da esquerda para a direita) Scott Earle (gerente distrital da Tigercat), Brian Souers (proprietário da Treeline), Steve Ouellette (presidente da Frank Martin Sons), Keith Michaud (especialista em vendas da Frank Martin Sons), Jim Michaud (operador de carregadeira e equipamento de picagem), Kevin Osnoe (operador de feller buncher).

“Ao longo dos anos, sempre escutava excelentes comentários sobre a Tigercat, mas nunca adquirimos nada dela, pois as outras marcas faziam o suficiente para manter nosso negócio funcionando. Quando um 753J queimou, compramos um 822 da Tigercat novo e tivemos um sucesso enorme com a máquina e com a Frank Martin and Sons. Percebemos que eles eram distribuidores muito bons e que agregavam muito valor.”

Durante alguns anos até 2013, a Treeline comprou vários equipamentos usados e as máquinas estavam ficando bastante desgastadas. “Tínhamos máquinas com muitas horas e começamos falando com Keith Michaud [especialista em vendas da Frank Martin] sobre a substituição de todas elas por novas, enquanto Whitney comercializava todas as máquinas usadas”, explica Brian. A empresa acabou escolhendo os feller bunchers 822C pela flexibilidade de desbaste e pelo corte raso, os skidders 615C para solos pouco firmes e as carregadeiras 234 para derrubada de árvores e depósitos de madeira.

“Esta é uma relação de trinta anos, e sinto que fazemos uma boa dupla. Frank Martin continua nos ajudando em aspectos com os quais não estamos acostumados e o nível de confiança aumenta com o tempo. A uniformização de peças sempre foi um grande sonho, e agora temos sete carregadeiras idênticas, quatro feller bunchers da Tigercat quase idênticos e dois skidders 615C. O futuro parece ser bom com Frank Martin e a Tigercat.